Empreendedorismo Feminino: a arte feminina de empreender
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2 de dezembro de 2021
8 min de leitura
“Uma garota deve ser duas coisas: quem e o que ela quiser”, disse Gabrielle Bonheur Chanel, ou como é mais conhecida, Coco Chanel.
Coco Chanel foi uma revolucionária da moda no início do século XX. Ela encurtou vestidos, trouxe para a moda o uso de bijuterias, criou a bolsa tiracolo para libertar a mão das mulheres e popularizou a calça feminina e o uso de vestidos pretos (que antes só eram usados para representar o luto). Além disso, foi a primeira estilista a ter um perfume com sua assinatura, o famoso Chanel nº 5.
A história de Coco na moda começou com ela vendendo chapéus tão famosos que impulsionou a estilista a fabricar outras roupas, que fizeram grande sucesso. Na Primeira Guerra Mundial, Coco soube se adaptar, ao utilizar materiais mais acessíveis em suas produções, como o jérsei e o tweed. A sua capacidade de adaptação e inovação fez com que Coco Chanel ascendesse no ramo da moda e chegasse a produzir roupas especializadas para celebridades como Grace Kelly e Elizabeth Taylor.
Começo o texto falando de Coco Chanel porque o assunto do artigo de hoje é o empreendedorismo feminino. Coco é o exemplo de uma mulher revolucionária, que começou no empreendedorismo vendendo chapéus e terminou sendo um grande nome no mundo da moda. A costureira é apenas uma entre várias outras mulheres empreendedoras de sucesso que já passaram pelo mundo e dedicamos esse texto a cada uma delas.
O que é empreendedorismo feminino?
Você já deve ter ouvido o termo “empreendedorismo feminino” por aí, mas você sabe o que é? Bom, o empreendedorismo feminino diz respeito à arte de empreender feita por uma mulher! Uma mulher que gere um negócio ou está a frente de um cargo na empresa é uma empreendedora.
As razões para uma mulher empreender são inúmeras, mas entre elas estão a de sustentar a família e ter independência financeira. Segundo dados da Rede Mulher Empreendedora, 53% das empreendedoras brasileiras têm filhos e segundo o SEBRAE, 45% dessas mulheres são chefes de família, ou seja, são as responsáveis pela principal (ou única) renda dos seus lares.
Em 2020, o empreendedorismo feminino cresceu 40% no período da pandemia. Várias lojas no mundo fecharam e consequentemente, o desemprego aumentou. As pessoas de todo o mundo tiveram que encontrar formas de sobreviver, seja trabalhando em casa, seja criando o seu próprio negócio.
Uma pesquisa do IBGE mostrou que no primeiro semestre de 2020, o número de mulheres desempregadas foi 25% maior que o dos homens. Nesse período, várias empreendedoras nasceram e várias outras tiveram que se adaptar e utilizar dos meios digitais para continuar com o seu negócio. Os sites e redes sociais são muito importantes no meio do empreendedorismo e servem como meio de divulgação e ponte entre o cliente e a empreendedora.
No mundo cada vez mais digitalizado em que vivemos, nos deparamos com a necessidade de uso das tecnologias para podermos crescer e as mulheres empreendedoras também viram essa importância. De acordo com a pesquisa do Instituto Rede Mulher Empreendedora, na pandemia as mulheres passaram a utilizar o digital para mais funções, sendo que 73% das empreendedoras utilizam as redes sociais para estratégias de comunicação para divulgar produtos e serviços.
As mulheres empreendedoras: quem são?
De acordo com dados da Global Entrepreneurship Monitor, no Brasil há cerca de 30 milhões de brasileiras empreendedoras. Em um relatório publicado pelo Sebrae neste ano, foi mostrado que as mulheres representam 48% dos microempreendedores individuais (MEI). Sejam as grandes empresárias ou as microempreendedoras individuais, todas são importantes no meio social e econômico.
Luiza Trajano
Luiza Trajano é uma das mulheres mais citadas quando o assunto é empreendedorismo feminino. Ela é famosa por ser a pessoa responsável por comandar a rede de lojas do Magazine Luiza e de várias outras no ramo de holding. Em 2021, foi citada na revista Time como umas das 100 mulheres mais influentes do mundo.
Uma de suas grandes inovações foi a criação do Magazine Você, um site que possibilita qualquer pessoa entrar e criar a sua própria loja do Magazine Luiza. Além disso, a criação da influenciadora virtual Lu do Magalu também foi essencial. A personagem faz muito sucesso na internet, principalmente por estar sempre ativa nas redes sociais.
A Lu foi criada em 2003 para os clientes terem um atendimento mais humanizado no site do Magazine Luiza. Mas a personagem passou a ter mais relevância a partir de 2018, quando Lu passou por um processo de humanização maior, se tornou um desenho 3D mais realístico, mudou de nome e começou a ser mais ativa nas redes sociais. Hoje a personagem é muito querida e vem crescendo cada vez mais, chegando a sair do meio virtual e participar de eventos no mundo real, como na Super Dança dos Famosos, que a personagem apresentou em julho.
A capacidade de inovação dos responsáveis do Magazine Luiza, especialmente a de Luiza Trajano, fez com que a empresa fosse uma das maiores no meio do varejo.
Eliane Potiguara
“Mulheres! Não percamos nossas almas! A criação é o nosso poder: Escreva, dance, componha, plante, ame, ore, estude, pinte, cozinhe, capine, palestre, espiritualize-se, defenda a Terra, cuide-se, cuide dos animais, crianças, velhos e velhas, acaricie o mundo, beije as cicatrizes do mundo, cultive relações, cultive os amigos, cultive a família, enfim, seja... Esteja presente! Seja luz!”
Eliane Potiguara é “escritora indígena, professora, poeta, contadora de histórias, mãe, avó, de origem étnica Potiguara”, citando informações do seu próprio site. A escritora é criadora do GRUMIN, o Grupo-Mulher Educação Indígena e membro-fundadora do ECMIA (Enlace Continental de Mujeres Indígenas).
Eliane fez da sua vida um meio para lutar pelos direitos das pessoas indígenas: trabalhou na elaboração da Constituição Brasileira, foi criadora do primeiro Jornal Indígena, escreveu a cartilha de alfabetização “Akajutibiró, Terra do índio Potiguara” e discutiu a questão dos direitos indígenas em vários fóruns nacionais. Em 2011, foi nomeada Embaixadora Universal da Paz em Genebra.
Desde o ano 2000, Eliane participa de inúmeros seminários, feiras literárias, bienais do livro, palestras em universidades e escolas pelo Brasil. A escritora já publicou sete livros ao todo. O seu livro mais famoso “Metade Cara, Metade Máscara” é muito utilizado em teses de graduação e mestrado das universidades. Em 2018, o livro foi distribuído em diversas escolas de Brasília e Mato Grosso do Sul pelo Projeto “Mulheres Inspiradoras”.
Capi Brechó
Lais Rocha Oliveira é estudante de artes visuais na UFMS e dona do Capi Brechó. Lais conta que começou a empreender quando estava grávida do primeiro filho porque nenhuma empresa a aceitava por conta de sua gravidez. “Decidi me virar com o que tinha: um armário cheio de roupas novas e seminovas”, diz a estudante.
Um dos maiores desafios das mulheres no mercado de trabalho é a dificuldade de conseguir emprego durante o período de gravidez. Ou, até mesmo, serem demitidas apenas por terem filhos. Um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em 2019, mostrou que muitas empreendedoras perdem o emprego após terem filhos. Logo depois do término da licença-maternidade, as demissões se acentuam. Assim, é inevitável que muitas mulheres acabem se tornando empreendedoras para sobreviverem.
Em 2017, Lais criou o Capi Brechó para poder ter dinheiro para a faculdade e criar o primeiro filho. Com o tempo, ela foi trabalhando cada vez mais para o crescimento do brechó: no seu Instagram ela conta que investiu em conhecimento, garimpos e uma curadoria esforçada para entregar o melhor para os clientes. Suas peças, bonitas e acessíveis, vão de cinco a cinquenta reais.
Lais, apesar dos desafios enfrentados, comenta que o empreendedorismo femino é gratificante no final das contas. “É um lugar onde podemos nos expressar da nossa maneira e temos muito apoio uma das outras, é gratificante mesmo com todas as barreiras”, comenta a dona do brechó. E termina com o conselho para as mulheres que desejam empreender: “Vá com tudo, tenha coragem e não tenha medo de errar. Você irá aprender com os erros e acertos do seu negócio, e automaticamente irá crescer com isso. Nunca desista do que você quer construir.”
Laricas Cultural
Luanna Rabelo Peralta é mãe, microempreendedora, auxiliar de saúde bucal e proprietária do Laricas Cultural, um bar de Campo Grande que recebe muita gente e passou por diversas fases.
Luanna diz que começou a empreender para conseguir uma renda extra, cuidar dos seus quatro filhos e sobreviver em um país tão desigual. Para ela, o maior desafio em ser empreendedora é ser mulher e mãe. Enquanto 53% das empreendedoras brasileiras têm filhos, em Mato Grosso do Sul, o número aumenta para 80,6% mulheres.
“Os desafios são constantes, conseguir administrar uma vida de mãe e empreendedora é bem complexo. Acho que o importante é sempre se posicionar e se colocar como dona do seu empreendimento. Já passei por situações de ir receber mercadoria e perguntarem do dono, e eu dizer que a dona era eu. Os caras chega treme (sic)”, diz Luanna.
Luanna comenta que rolou uma evolução no empreendedorismo feminino, mesmo assim ainda falta muita coisa. “Acho que não temos apoio o suficiente, recursos, nada! Tudo é muito burocrático e sempre acabamos tentando de forma independente e isso cansa”.
No período de pandemia, a situação foi muito difícil. Luanna fez marmita, faxina, delivery, ovos de Páscoa e tentou de tudo sobreviver. Além disso, a empreendedora ficou internada com COVID-19 por 10 dias e conta que quase morreu.
O que impulsiona Luanna a continuar com o projeto são as pessoas que estão ao seu lado e apoiam seu trabalho. “Meus clientes nunca me deixam desistir. Tenho um carinho e respeito gigante por essa galera que abraça o meu projeto Laricas Cultural e que me dá força para não entregar as pontas. Sigo porque tenho esse apoio incrível, parcerias incríveis”. Esta fala demonstra como é importante apoiar uma mulher empreendedora e que com uma rede acolhedora, é possível impulsioná-la a continuar seguindo o trabalho.
Por fim, Luanna, ao ser questionada a dar um conselho para as mulheres que desejam empreender, diz: “Acho que não tem um conselho certo. Cada mana sabe das suas dificuldades, dos seus limites. Só digo: erga a cabeça e vai sem medo! Se der errado a gente conserta! A vida é um grande aprendizado”.
Conclusão
O empreendedorismo feminino é o reflexo de mulheres que têm que lidar com várias coisas: não somente o peso dentro de casa, mas também fora dela. Lidar com os filhos, desemprego, pressão social são alguns dos desafios enfrentados pelas mulheres, mas que no fim continuam a lutar contra tudo isso e trabalham para o sucesso.
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Por Beatriz Saltão.
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